Em 2019, o C6 Bank foi lançado e tinha uma proposta muito interessante: uma conta digital gratuita, com vários serviços também gratuitos, além de facilidade de fazer tudo pelo app, sem agências físicas, com todo o atendimento on-line. Além disso, lançou o C6 Carbon Mastercard Black, que na época era muito fácil de ser aprovado. Resultado: sucesso garantido.
Ao longo dos anos, alguns produtos e serviços foram lançados. Mesmo com milhões de clientes, o banco sempre teve prejuízos bilionários. A sorte foi o JPMorgan Chase ter adquirido uma participação de 40%, tornando-se sócio do C6 Bank. Posteriormente, a participação subiu para 46%. Deu um fôlego financeiro.
2023 foi o ano das mudanças. Segundo informações, o prejuízo do ano ficou em R$ 1,2 bilhão (metade do prejuízo do ano anterior). O C6 ficou totalmente desestabilizado, perdeu literalmente a noção, e decidiu que era hora de mudar tudo. Clicando aqui você pode ler 10 péssimas mudanças de 2023, mas tiveram ainda mais.
Além disso, o banco ia lançar o C6 Graphene Mastercard Black, para clientes de altíssima renda, prometendo rivalizar com o BRB DUX Visa Infinite. Ao invés disso, em novo erro de estratégia, lançaram o C6 Bank Mastercard Black, que é uma versão inferior ao C6 Carbon Mastercard Black.
Os próprios executivos disseram que o foco era alta renda e lançaram um cartão no sentido oposto. O Carbon Partner também não se mostrou muito eficaz como o banco gostaria.
A falta de transparência
Para mim, um dos principais problemas é a falta de transparência do C6 Bank. Eles realizaram várias mudanças sem aviso prévio aos clientes. Para mim, essa é uma prática condenável, que faz com que os clientes percam a confiança. Atualmente, o banco tem 30 milhões de clientes, mas eu acredito que a imensa maioria seja inativo – só abriu a conta por ser gratuita, mas não usa.
A polêmica da sala VIP
O despreparo no lançamento de produtos teve o seu auge no caso da sala VIP no Aeroporto de Guarulhos. Esse foi o maior vexame. Se ninguém foi demitido eu fico ainda mais preocupado com os rumos do banco.
No dia 20 de abril, o Estadão publicou uma matéria sobre a sala VIP própria do C6 Bank, que parecia um comunicado oficial do banco, inclusive incluindo fala de Maxnaun Gutierrez, chefe de produtos do C6 Bank.
O banco se omitiu. O CEO do W Premium Lounge disse que a notícia era fake news e que os advogados iriam processar quem estava anunciando. A assessoria de imprensa e marketing do C6 Bank sumiram. O Maxnaun Gutierrez não teve coragem de responder minhas mensagens. Quando eu publiquei a imagem do letreiro do C6 Bank, dentro da sala do W, mandaram tirar no dia seguinte.
Depois de meses de silêncio, todas as minhas informações foram confirmadas. Eu estava certo desde o início.
Reduções de limites e cancelamentos de contas
Começou em 2022. Continuou durante 2023 inteiro. E em 2024 segue acontecendo. Para mim, esse é outro grande problema, que gera uma gigantesca insegurança nos clientes. Limites são reduzidos constantemente sem aviso prévio (o que é contra a regulamentação) e contas são encerradas sem qualquer razão plausível.
Tudo isso faz o cliente ficar inseguro. Eu sou cliente, mas imagino que daqui a pouco o C6 Bank vai me dar um desinteresse comercial por causa das minhas críticas.
Conclusão
Para mim, o C6 Bank foi o vexame do ano em 2023. Se você ainda não foi impactado com uma mudança negativa, se prepare, pois provavelmente será ao longo de 2024.
A grande verdade é que a proposta de tudo de graça não se mostrou lucrativa. Agora, o foco é ter taxa para tudo, no desespero de monetizar.
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