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As péssimas mudanças do C6 Bank

Em 2019, o C6 Bank foi lançado e tinha uma proposta muito interessante: uma conta digital gratuita, com vários serviços também gratuitos, além de facilidade de fazer tudo pelo app, sem agências físicas, com todo o atendimento on-line. Além disso, lançou o C6 Carbon Mastercard Black, que na época era muito fácil de ser aprovado. Resultado: sucesso garantido.

Marcelo Kalim, que era um dos nomes fortes do BTG Pactual, fundou o banco digital junto com outros colegas do BTG Leandro Ramos, Carlos Fonseca, Luiz Marcelo Calicchio e Adriano Ghelman. O executivo tem perfil discreto, evita conceder entrevistas e ser fotografado. O foco inicial do banco era clientes de varejo alta renda.

Ao longo dos anos duas coisas aconteceram:

  • O banco foi lançando vários produtos e serviços;
  • O banco não conseguiu lucros, pelo contrário, os prejuízos são bilionários.

A grande verdade é que a imensa maioria dos clientes do C6 Bank que receberam o Mastercard Black não tinham perfil de alta renda. Isso popularizou o cartão e o banco, afinal, todo mundo sem perfil ficava encantado com a ideia de ter o desejado cartão Black.

O C6 Bank encerrou 2022 com prejuízo líquido de R$ 2,235 bilhões, de acordo com as demonstrações financeiras anuais da instituição financeira. A perda é mais de três vezes superior à registrada em 2021, de R$ 692,450 milhões.

Em 2021, o JPMorgan Chase adquiriu uma participação de 40%, tornando-se sócio do C6 Bank. Em 2023, tivemos várias mudanças no banco, e vou fazer um compilado de todas elas.

1) Encerramento de contas e redução de limites de crédito

Começou em 2022 e segue em 2023. O C6 Bank tem cancelado contas e cartões unilateralmente. Em alguns casos, o limite do cartão é zerado, e em outros o limite é reduzido. Acontece até mesmo em quem tem investimentos no banco, mostrando que o sistema de análise de risco é falho.

2) Aumentou o spread do cartão de crédito

O spread é a diferença entre a taxa interbancária e a taxa cobrada pelas instituições financeiras. Posso afirmar que é a porcentagem que o banco deseja lucrar em cima da sua compra.

Infelizmente, o banco decidiu aumentar o spread:

  • Como era: 4% em todas as compras internacionais;
  • Como ficou: 5,25% em todas as compras internacionais.

O aumento foi para promover a sua conta global, que é ruim.

3) Diminuição de prazo entre o fechamento da fatura e a data de pagamento

O C6 Bank alterou o período entre o fechamento (melhor dia de compra) e o vencimento da fatura do seu cartão de crédito. Quanto menor o prazo, melhor para o banco (dinheiro em caixa mais rápido). Alguns bancos ainda trabalham com prazos longos, de até 15 dias. Nesse caso, ele espera 15 dias para o cliente realizar o pagamento.

4) Dificuldade no cancelamento do Black

O banco deveria permitir facilmente o cancelamento do C6 Carbon Mastercard Black, mas não o faz, indo inclusive contra a própria determinação do Banco Central. Mesmo abrindo reclamações, os clientes não conseguem o cancelamento.

5) Aumento da anuidade do C6 Carbon

O C6 Carbon Mastercard Black está mais caro e a informação já está publicada no website do banco.

Quanto era: R$ 1.020,00, em 12 vezes de R$ 85,00.
Quanto ficou: R$ 1.176,00, em 12 vezes de R$ 98,00.

Ou seja: o banco diminuiu os benefícios e, ao invés de baixar a anuidade, faz o contrário e aumenta ela. Por enquanto, a regra para isenção permanece a mesma, mas isso pode mudar em breve.

6) Redução nos acessos gratuitos às salas VIP

O C6 Carbon Mastercard Black oferecia 4 acessos às salas VIP por cartão. Como são permitidos 6 adicionais gratuitos, o número total era de 28 acessos. Infelizmente, o C6 decidiu cortar de forma significativa os acessos às salas VIP. O banco oferece convênio com o LoungeKey (LK).

Como era: 4 acessos por cartão (titular ou adicionais), totalizando 28 acessos.
Como ficou: 4 acessos por conta. Cada acesso extra custa US$32.

Ou seja, se um dos seus adicionais usar uma sala VIP contará da sua cota de acessos.

7) Remoção do bônus TudoAzul e cupom Smiles

Dentro do C6 Experience, quando você consegue o Nível VIP, ganha alguns mimos especiais. Esses dois sempre foram os mais interessantes:

  • 100% de bônus no TudoAzul ao transferir pontos C6 Átomos;
  • 80% de desconto na compra de milhas na Smiles.

Sem informar aos clientes, os mimos sumiram.

8) Mudança nas regras da Conta Global

A Conta Global do C6 Bank, que tem vários problemas e nunca recomendei, sempre foi gratuita para quem tem o cartão de crédito C6 Carbon Mastercard Black, mas isso mudou.

Para abrir a conta internacional, e não pagar anuidade, agora é preciso:

  • Conta em dólar: enviar US$100 em até 10 dias após a abertura da conta;
  • Conta em euro: enviar enviar €100 em até 10 dias após a abertura da conta.

Você vai abrir, será cobrado da taxa de abertura, e o banco vai devolver o valor. Grandes chances de ter problemas e ter que abrir reclamação. O valor para abertura é de US$10. O cashback demora 15 dias úteis após o câmbio para ser creditado.

9) Piora no benefício C6 Tag

Se você tem cartão C6 Bank Mastercard Platinum ou C6 Carbon Mastercard Black a partir de agosto, para conquistar isenção do C6 Tag, é preciso ter feito ao menos uma compra de qualquer valor com cartão de crédito no mês anterior.

Se você usou o cartão no mês anterior a regra é:

  • C6 Bank Mastercard Platinum: 1 C6 Tag sem ter de pagar a mensalidade de R$ 5,00;
  • C6 Carbon Mastercard Black: gratuidade para até 4 tags.

Pode ser uma mudança pequena, mas em poucos meses foram duas mudanças no benefício. Muitas vezes, os bancos têm como estratégia irem mudando aos poucos, para que haja pouca percepção dos clientes.

10) Lançamento de sala VIP em Guarulhos

Esse foi o maior vexame. Se ninguém foi demitido eu fico ainda mais preocupado com os rumos do banco.

No dia 20 de abril, o Estadão publicou uma matéria sobre a sala VIP própria do C6 Bank, que parecia um comunicado oficial do banco, inclusive incluindo fala de Maxnaun Gutierrez, chefe de produtos do C6 Bank.

Desde então, tanto o C6 Bank, quanto o W Premium Lounge, não falam sobre a sala VIP. Ontem, dia 28 de abril, a matéria do Estadão foi editada, pois havia um erro grave: não existe uma sala VIP própria do banco digital no Aeroporto de Guarulhos como o texto anunciava. Em nenhum momento o jornalista sinalizou essa edição e a matéria continua confusa.

Desde então, fizeram mudanças nas regras de acesso, tiraram o letreiro do C6 Bank e não me respondem nenhum pedido de posicionamento.

Conclusão

A maioria das mudanças não foram comunicadas aos clientes, mostrando a falta de transparência do C6 Bank. Ignorar os meus pedidos de informações, algo que é fundamental no jornalismo, também demonstra que o banco não quer dar informações corretas para poder alterá-las ao seu bel-prazer.

Tudo isso faz o cliente ficar inseguro. Eu sou cliente, mas imagino que daqui a pouco o C6 Bank vai me dar um desinteresse comercial por causa das minhas críticas.

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